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Escuridão

Por Mônica França - 26 de Outubro de 2021

Olá, querido leitor. Voltamos com mais um episódio de Minako. O Escritor foi para o quartinho e agora precisa encarar a história de Mama e a sua própria.


Escuridão

Minako invoca o quartinho.

Preso amordaçado, mãos na máquina, sentia o hálito das palavras de Minako entorpecer meus sentidos. A vida amalgamada de Mama Mariana declamava o enredo cujos dedos prontos obedeciam.
Meu fôlego em descompasso era submisso ao domínio da história me atravessando. Possuído pela necessidade de contar dedilhava as teclas enrijecidas com voraz dedicação. Minako…

Minako desapareceu junto da última palavra escrita.

Meus dedos atormentados doíam corroídos até os ossos. Brancos contrários ao negro couro das minhas amarras. Brancos marmorizados de escarlate pactuado. Negro rubro papel osso. O grito preso na bola da mordaça me desatinou. Sacudi a cadeira a testa tombou na máquina dura.

A escuridão me alcançou.

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